Pop Is Dead.
3.31.2004"A" PessoaUma idéia que muito me diverte é a crença que certas pessoas têm no "amor verdadeiro". Manja, aquela pessoa especial, feita só para você, que Deus preparou pensando em você, que você está destinada a encontrar e passar o resto da sua vida com ela? Aquela que fará tudo na sua vida ter sentido e dar certo? Pois é. Bom, essa pessoa não existe, sinto muitíssimo lhe dizer. Agora, a idéia de que ela existe, essa é forte como um touro! É isso que me diverte: ver que as pessoas ainda conseguem se enganar dessa forma. Aliás, uma pausa - por favor, não pense que minhas recentes desilusões têm alguma influência nesse meu pensamento. Elas apenas servem para o comprovar. Voltando à tal idéia, acho que todo mundo chega pensar assim em algum momento. Ingenuidade, deslumbramento, e principalmente influência da mídia e da sociedade conservadora na qual vivemos. Voltarei a me debruçar sobre estas últimas questões em um momento. Enfim, essa idéia é aceitável, e até certo ponto até bonitinha, em menininhas e moleques de 14 anos, que pouco ou nada conhecem da vida. O que me espanta é conhecer pessoas mais vividas, escoladas, inteligentes, que AINDA conseguem se enganar com tais noções. O mínimo que se espera de um ser humano é que arpenda com suas experiências. Mas algumas pessoas se recusam a fazer isso. Afinal, a idéia da alma gêmea é muito cômoda, isso eu devo admitir. A idéia de que existe uma pessoa, e apenas uma, perfeita para cada um de nós e que é nosso destino encontrá-las é no mínimo absurda. Em primeiro lugar, para utilizar-se desta idéia você precisa primeiro assumir que existe uma força superior que determina essas coisas. O primeiro absurdo já mora aí, pois, independentemente dessa força existir ou não, muitas das pessoas que conheço que acreditam nesse amor idealizado NÃO ACREDITAM em "forças superiores". Mesmo que você acredite em algo nessa linha (o meu caso, por exemplo), você deveria então acreditar em destino, e na inexistência do livre arbítrio, o que não só é uma idéia ainda mais absurda (e difícil de se justificar), como vai contra a maioria das religiões que pregam a existência das tais "forças". O que ocorre de fato é que essa idéia nada mais é do que um conceito implantado pela Igreja e pela sociedade desde tempos imemoriáveis, e até hoje mantido. Mantido pela mídia, talvez a nova Igreja, que visa assim manter a estrutura familiar conhecida e que lhes é tão rentável, e principalmente por nós mesmos, que nos atemos à essa idéia em um nível que beira o irracional. Porquê? Porque assim nós legitimamos a nossa escolha. Não devemos mais nos questionar se tal pessoa é certa para nós ou não. Não devemos nos questionar se a monogamia é ou não o certo para nós. Claro, quem lê isto deve estar pensando que sou um insensível, um cara contra o amor, que acha que todo mundo deveria ser de todo mundo e por aí vai... Posso assegurar que não é o caso. Me considero até romântico demais. Simplesmente não gosto de me deixar enganar por ilusões que acabam sendo prejudiciais. Sou a favor da monogamia, acho que você deve amar o máximo que puder, que a pessoa amada vale tudo, mas eu não me engano... O amor não necessariamente dura para sempre. Você pode amar muito alguém e depois isso acaba. Porque o amor tem base no que as pessoas são, e quando elas mudam, isso pode mudar. Não quer dizer que não era verdadeiro. Simplesmente acabou. O amor não te impede de notar ou se interessar por outras pessoas. Existe um número razoável de pessoas certas para você no mundo inteiro. É muito importante que as pessoas saibam disso. O amor não é algo que está predestinado. É algo que duas pessoas constróem, com base em inúmeros fatores que cabem aos dois. Amor à primeira vista é atração. Às vezes você a segue e dá certo. Às vezes, dá errado. Se for pra eu ser monogâmico, vai ser porque eu quero. Porque eu ESCOLHI sem assim. Porque eu encontrei uma pessoa que vale a pena. E não porque alguém, com razões que eu desconheço, decidiu que essa pessoa era certa pra mim e pronto. E eu terei que fazer sacrifícios para ficar com essa pessoa. Eu VOU me interessar por outras. Mas vou escolher ela. Seja ela quem for. Essa é a maior prova de amor, ao menos entre pessoas adultas que não vivam no mundo da fantasia. Se você está com alguém simplesmente porque não consegue se interessar por niguém mais, que PORRA de amor é esse? Você simplesmente está com o que sobrou. Tipo, "não tem tu, vai tu mesmo". Isso não é amor, é dependência. Muito diferente, mas muito fácil de ser confundido. Seguir essa idéia arcaica acaba sempre em briga. Uma das pessoas, cedo ou tarde, acaba se interessando por alguém. Aí, das duas uma, ou a pessoa não sabe como lidar com isso e acredita que essa nova sensação é o amor verdadeiro e a outra não podia ser (pois está para acabar), ou essa pessoa consegue segurar a onda e perceber o que realmente importa, mas a outra não consegue ver por esse ângulo, e aí sai de baixo! Em suma, acreditar nesse tipo de amor é prejudicial às pessoas que o fazem e ao amor que estas têm. É uma prisão, não uma bênção. Eu espero que as pessoas, sobretudo as que eu conheço, se dêem conta disso tudo e passem a viver as suas vidas de modo mais saudável. Ficam aqui as palavras do sábio Vinícius de Morais (acredito eu que são dele. E talvez não sejam exatamente assim, mas o sentido é esse): "Não é eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure!" posted by mrcsh on 11:20 PM
3.29.2004O problema "indie"Recentemente venho notando uma certa animosidade, assim como um certo deboche, com relação ao termo "indie" e àqueles que de uma forma ou de outra se encaixam nesse rótulo (ou se acredita que eles se encaixem). Nos últimos dias tenho visto muitos exemplos disso e é uma dessas coisas que me incomodam, de modo que resolvi escrever algo sobre isso, levando o que tenho ouvido em consideração. Em primeiro lugar, não, eu não me definiria como um "indie". Simplesmente porque eu acredito que para ser um "indie" como as pessoas acreditam que este deva ser, seriam necessárias diversas qualidades. Algumas eu tenho, outras não. E possuo algumas que entrariam em conflito com o tal perfil. Mas, de modo algum posso negar que o mundo indie tenha influência na minha vida, no meu modo de ser e nas coisas que faço. Daí a minha vontade de comentar sobre isso. O problema principal que vejo nisso é que agora se tornou moda falar mal dos indies. Mesmo pessoas que se encaixariam facilmente nessa definição, que é o que me deixa mais estarrecido. Mas por que isso acontece? Vejamos... Ha algum tempo atrás, começou a se tornar moda "ser indie". Isso é algo que irrita. Todo mundo que queria ser diferente, todo o pessoal "cool" era indie. Assim, a onda foi crescendo até o ponto em que todo mundo era indie e indie era pop. Realmente, era irritante. Porém, o que ocorre agora é igualmente irritante, se não for mais. A situação se inverteu. O pessoal "cool" agora despreza o indie. A moda agora é não ser indie! Não me importa se 90% da música que eu ouço é indie, eu não sou indie. O indie saiu de moda. O legal agora é falar mal dos indies. E tome críticas, das mais infundadas. Ouço cada tipo de coisa... Tem gente confundindo indie com emo, gente que acha que indie é sub-gênero de straight edge (!!!! - e isso vindo de uma pessoa que eu considero muito indie), gente dizendo que a Trash 80´s é indie... Em suma, indie virou sinônimo de "coisa que eu não gosto". E não é por aí. Indie é um termo vindo de "independent". Serve (ou servia) simplesmente para designar música que era feita por bandas menores, que não apareciam muito na mídia, que fogiam ao mainstream. É um sub-gênero do rock. Pelo menos é assim que eu considero. Portanto, "indie" seria aquela pessoa que simplesmente gosta de ouvir rock alternativo, um pouco fora do convencional, que gosta de procurar bandas novas, etc... Nesse caso, eu poderia me considerar um "indie". E isso se aplica a quadrinhos, filmes, e uma porção de outras coisas, sempre muito legais. Mas aí veio todo o "estilo de ser indie". Que é algo que eu não sigo, ao menos não totalmente. Acho que pode se tornar uma ditadura, mas não vejo nada demais, visto que há tantos outros estilos seguidos por aí... Mas o que eu não gosto é ver essa demonização do termo, tanto por parte daqueles que acham que tudo que for diferente é merda, e portanto indie (ou ao contrário, tanto faz), tanto por parte daqueles que com certeza se indentificam com diversas coisas do "universo indie" (que é o caso mais absurdo). No frigir dos ovos, indie é um estilo musical antes de tudo. É como alguém disse sobre EMO neste fotolog. Indie não é um movimento como o punk ou o xxxstraightedgexxx. É só uma parte da cultura popular, uma divisão do rock, que eu particularmente gosto muito. Então ouçam a música e sejam felizes! E muitos terão de convir comigo que os visuais das pessoas "indies" são bem interessantes, ESPECIALMENTE os das meninas! ;) Para saber mais sobre indie: ![]() How indie are you? test by ridethefader You're pretty knowledgeable about music in general. You like indie music, sure, but that's only part of it. You'll listen to any old shit as long as it sounds good to you. You're not snobby about music at all, you just like what you like. How boring. Curiously, this makes you popular with the opposite sex. Aí tá quase tudo certo sobre mim, menos a última frase! Esta música da Mary Lou Lord (que entende do assunto, apesar do que diz), é genial. NME - Essa revista é mto boa! Mosh - Genial! Os quadrinhos retratam bem os "indies". NP: Yaida Hitomi - Maze posted by mrcsh on 5:25 PM
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(b) Overwork
It may come back some other day... |